Jessé Rodrigues, de 43 anos, é técnico de enfermagem e trabalha no combate ao novo coronavírus. Assim como vários profissionais de saúde, foi um dos que tiveram a Covid-19. Ele travou uma luta contra a doença e ficou entubado por três dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital no Recife onde trabalha há quatro anos.
"Para mim, foi terrível porque você fica isolado durante 13 dias sem ter contato com ninguém, se prevenindo, prevenindo o pessoal que está ao teu redor. Essa doença é muito ruim, ruim mesmo. Ela é inexplicável. Na hora em que a médica disse que eu ia ser entubado, para mim, eu ali esperava já a morte. Pensei que não ia mais ter retorno", afirmou.
Jessé, que vai completar 44 anos na quinta-feira (14), teve tosse, febre e fraqueza. Além disso, também teve falta de ar e foi internado, no dia 21 de abril, no Hospital Maria Lucinda, localizado no bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife, sendo entubado seis dias depois.
"Foi a melhor experiência para mim. Uma coisa inexplicável não tem como explicar ali. Conseguir sobreviver e conseguir sair é inexplicável. Fica um sentimento de alegria, de felicidade, de que mais uma vida foi recuperada", disse.
O técnico de enfermagem morava com a mãe, de 84 anos, mas, desde o início da pandemia, pediu para que ela se mudasse para a casa de uma das duas irmãs. "Fiz isso para protegê-la. O coração dói muito", contou.
"Não faço ideia de como posso ter contraído [o novo coronavírus]. Apesar de trabalhar na linha de frente, andamos em uma capital onde as pessoas ainda estão sem proteção, muito por não acreditar que realmente existe o vírus e que ele pode matar", declarou Jessé, que se recupera em casa após perder oito quilos e só pode voltar ao trabalho em julho.
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